É Natal! É Natal!


É Natal! É Natal!
Digam o que disserem,
Estejam onde estiverem,
Não há outra época igual!

Tenho muitas saudades
Do meu tempo de criança,
Onde, apesar de muitas dificuldades,
Havia muita esperança!

Em casa imperava a humildade,
Mas nesta época também havia uma certa vaidade...
Eu e os meus irmãos não pedíamos muito,
Porque sabíamos que nada era gratuito.

Nós ficávamos tão felizes e tão contentes!
Porque era nesta altura
Que, apesar da vida dura,
Vivíamos dias diferentes.

Sem ser de arrasar,
Todos tínhamos roupa por estrear;
Casacos, calças, camisolas, camisas e quecas,
Sem esquecer as meias e os sapatos,
Mas para nós até parecia que vestíamos fatos!
Éramos uns putos meia-lecas!

A vida não era fácil,
Quase tudo era difícil,
Por isso não esperávamos por brinquedos.
Para nós não havia segredos.

Mais do que um bem material,
Nós dávamos valor a tudo o que recebíamos,
Porque todos nós sabíamos
O nosso historial...

Hoje receber roupa nova pode ser algo natural,
Mas para nós era uma verdadeira euforia,
Haviam de ver a nossa alegria,
Era mesmo fenomenal!

A felicidade das crianças devia ser intemporal, 
Porque todas são diferentes e todas são as iguais!
Não há razões para serem desiguais!
É Natal! É Natal!

José Mendes,
2018

Acredita em ti!


Vem daí,
Acredita em ti!
No mais próximo ou no mais distante,
O teu futuro será brilhante!

Os outros até podem ser o centro das atenções,
Mas se eles conseguem, tu também consegues!
Luta pelos sonhos que persegues,
Porque tu fazes parte dos campeões!

José Mendes,
2018

O Pai Natal e as Renas


Como hei-de começar? 
Se por um lado não sei se vos conto,
Por outro não consigo disfarçar.
Cheguei a pensar que o Pai Natal estava a ficar tonto.

Parece mentira, mas é verdade.
Para mim, ele tinha perdido o sentido da realidade.
No entanto a história acabou com um final feliz,
Porque o espírito natalício e de equipa assim o quis.

Há dias, numa esplanada,
Ele contou-me montes de cenas,
Mas eu não percebi nada de nada!
Acho que era qualquer coisa sobre as renas...

A seguir falei com o Rodolfo, passando a citar o que ele me disse:
"De um momento para o outro, o velhinho começou a enervar-se.
Não sei o que aconteceu, só sei que começou a passar-se
E a querer que eu desistisse!

Dizia-me que ele e nós todas já estávamos cotas, 
Que devíamos "pendurar as botas"!

Para mim e para a malta,
Ele não gosta é de ficar em falta.
Porque o sucesso tem que ser total,
Principalmente no Natal.

Além disso, para nós, na nossa missão, a idade não é nenhum critério.
Por essa razão eu também não o levei a sério.
Como já o conhecemos evitamos o confronto,
Dando-lhe um desconto".

José Mendes,
2015