Conto de Natal


Ia eu pela rua fora
Sem perder grande demora,
Quando ouço alguém a tocar
Todo feliz e a cantarolar.

Era um rapazinho
Que estava ali sozinho
A pedir esmola,
Cantando e tocando viola.

Na altura pensei cá para mim...
Porque tudo tem que ser assim?
Nesta sociedade que tudo consome,
Ainda há tanta gente com fome!

"Porque choras?
Onde moras?
Vá lá, ouviste?
Não te quero triste!"

Eu não queria acreditar,
Era ele a falar comigo
Como se fosse meu amigo,
A tentar-me consolar.

"Olha, tem calma... Escuta.
Não te quero ver nesse estado.
Nem tudo está errado
E a vida é uma luta!"

"Antes que tenhas mais quedas,
Deixa aí umas moedas,
Se achas que as mereço,
Que eu muito te agradeço!"

"O Natal está a chegar,
Por isso deixa de chorar,
Levanta-me essa testa
Que a época é de festa!"


José Mendes,
2012

Grita Portugal!


Abrem-se as almas,
Batem-se as palmas,
O árbitro apita
E o estádio grita.
É a loucura total,
Nunca vi nada igual.


Vindo do coração,
Atravessando a garganta,
A energia é tanta,
Ouçam com atenção...

Portugal! Portugal!

Está na hora,
Vamos embora,
Toca acreditar
Que vamos ganhar!

 
O jogo está intenso,
De repente o ar fica suspenso...
Que grande grande golaço!
Eu já não sei o que faço!
 
Espalhando alegria,
Demonstrando ousadia,
Ouçam de novo
Os gritos do povo...

 
Portugal! Portugal!
 
Com muito querer,
Mesmo a sofrer,
Vamos à final
E nada será igual!

Acreditem que é desta
Que temos festa!

Porque quem tem talento
Tem que ter o alento
Que pode ficar na história
Com uma grande vitória!

 
Grita Portugal!
Portugal! Portugal!
José Mendes,
2012