A Tempestade

É noite, de repente
Começa uma tempestade.
Esta é diferente,
Mas é uma verdade.
 
Durante algum tempo troveja.
Eu não consigo dormir
E não há quem me proteja
Do que estou a sentir.
 
A chuva cai sem parar,
Sentindo-se e ouvindo-se trovoadas
Que mais parecem lambadas.
Eu não quero ali estar.
 
Aquele momento
Parece o fim.
Só penso em mim
E naquele sentimento.
 
Tudo me passa pela cabeça;
O passado, o presente e o futuro.
Não há nada que não me aconteça.
Porque é que tudo é tão duro?
 
A noite não pára e avança,
Começando a tempestade a diminuir.
Aos poucos começo a reagir,
Voltando a ter esperança.
 
O pior está a passar.
Depois de na janela reflectir,
Começo lentamente a recuperar
E a chuva a deixar de cair.
 
Pouco depois vou dormir.
Necessito recuperar,
Não vou fugir!
Apenas quero descansar...
 
Ao longo da vida
Haverão mais tempestades!
Compete a mim ter uma saída
Para todas as dificuldades.


José Mendes,
2010

O Mar

Ao olhar para ele
Entro num silêncio profundo,
Esqueço o meu mundo,
Apenas me concentro nele.

Adorava o conhecer!
Quem sabe um dia...
Possivelmente seria magia,
Mas eu quero-o viver!

Mergulharei nas profundezas,
Desvendarei segredos,
Vencerei mitos e medos
E derrubarei fortalezas.

Fazes parte da nossa história.
As tuas águas turvas
Vivem na nossa memória.
Deixa-me tocar nas tuas curvas.

Quero respirar o teu ar,
Molhar os meus pés,
Ver as tuas marés
E nas tuas águas navegar.

Explorando continentes,
Atravessando tempestades,
Conhecendo novas gentes,
Deixando saudades.

Leva-me contigo,
Mas eu quero voltar,
Tu serás um amigo
Com quem quero estar.

José Mendes,
2010