Zezinho, o Estilista


Ao contrário do ano passado,
O Zezinho este ano resolveu
Não ser bem comportado.
Não sei o que lhe deu.

Sei que ele é um garoto,

Mas também é muito maroto
Quando se apanha sozinho
Na casa do vizinho.

Agora pensa que é estilista,

Porque cada vez que apanha bonecas
Começa-lhes a vestir cuecas.
Vejam bem o artista!

Já lhe disse que se quiser um presente,

Tem que se portar de maneira diferente!
As coisas não podem ser assim,
Porque quando está com amigas, parece um festim.

Deve ser alguma moda,

Mas deixa-me a cabeça andar à roda
E isso não pode ser,
Tenho mesmo que o repreender.

Talvez eu até esteja a ser exigente,

Porque sei que ele é bom rapaz
E sei do que é capaz,
Por isso devo ser mais paciente.

Afinal de contas, até nem fez nenhum mal.

Assim, aproveitando o espírito do Natal,
Vou-lhe oferecer um computador
Para ele ficar mais conhecedor.

Por vezes nós adultos,

Não nos lembramos da imaginação que temos,
Que ela nos torna mais cultos
E que a ela tudo devemos.

José Mendes,

2011

Ser Cambojano


Como é bom recordar os bons velhos tempos!
Vale a pena recordarmos esses momentos
Que ficarão para sempre dentro de nós,
Significando que nunca estivemos sós.

Ser Cambojano é ter orgulho!
É saber fazer barulho
Pela noite dentro até ser dia
Com uma enorme energia!

Nas noites das passagens de ano,
Quem não se lembra de bater latas?
Gritando e cantando armados em piratas,
Empunhando paus à Cambojano?

O tempo passa, mas não apaga da memória
Todos os momentos passados à volta das fogueiras,
Com muitos convívios e brincadeiras
Que hoje fazem parte da nossa história.

Que saudades do velho baile do Águias do Aeroporto!
Às vezes até dava para o torto,
Mas era a nossa alegria
E a nossa grande romaria.

Ai o que me lembro de jogar ao berlinde e à palmadinha,
Sem nunca esquecer a carica e o espeta,
Jogava à porta da minha casa ou da vizinha,
Com o objectivo ser o primeiro a chegar à meta!

Foram tantas as vezes que joguei ao pião!
Muitos ganhei, mas também muitos perdi...
Que belos tempos que vivi
E que nunca mais virão.

Quem não se lembra da Cantina?
Que tinha um pouco tudo em cada esquina,
Desde o café, ao talho e à padaria,
Passando pela mercearia e a drogaria,

Sem esquecer a sapataria.

O princípio básico do que sei,
Foi na velhinha Escola 117 que aprendi,
Sem dúvida a melhor escola que conheci
E que eu nunca esquecerei!

José Mendes,
2011

Um Serão Ruidoso


Bem tentei escrever...
Tentei fazer um verso completo,
Um alegre e divertido antes de adormecer,
Mas não consegui nenhum em concreto.

O tempo foi passando
E eu aos poucos fui-me desviando,
Ouvindo vizinhos
Que não estavam sozinhos.

Não que eu tomasse atenção ao que diziam,
Mas era tanto o barulho que faziam,
Que acabaram por desviar a minha atenção,
Fazendo-me perder a concentração.

O silêncio da noite
Sempre que era interrompido,
Parecia que levava um acoite.
Era como se estivesse ferido.

Se por um lado é compreensível ouvir uma criança a chorar,
Não é aceitável que se ouça adultos a falar
Quando outros vizinhos querem e precisam dormir.
É vergonhoso quando isso se faz sentir.

Às vezes não temos a noção
De que temos mais pessoas à nossa volta,
Mas quando acontece connosco esse tipo de invasão,
Até fazemos uma revolta!

Não foi nenhum festim,
Mas as coisas não deviam ser assim...
Como o mundo seria perfeito
Se houvesse mais respeito!

Não escrevi rimas com alegria,
Mas valeu a pena desligar a televisão,
Fazendo um pouco de reflexão
Sobre algo que nos acontece no dia-a-dia.

José Mendes,
2011

As Crianças



Num belo dia de sol,
Em vez de ficar em casa
Deitadinho e mole,
Aproveitei para esticar a asa...

Bem dito, bem feito!
Convidei a criançada
Para irmos para a palhaçada,
Porque achava eu que tinha jeito.

Depois da autorização dos pais,
Lá fui eu todo contente,
Passar um dia diferente,
A cantarolar como os pardais.

No princípio ainda aguentei,
Mas depois não sei o que aconteceu,
Só sei que me descontrolei
E que eu já não era eu!

Vinha uma... Vinha outra!
Uma doida e uma louca!
Não sei se me meto noutra,
Tinha a voz tão rouca!

Elas gritavam e corriam sem parar,
Só me apetecia chorar!

Bem as tentava acalmar,
Mas aquelas crianças eram demais.
Quem me mandou mim substituir os pais?
Queria eu ir passear!

Uma corria para o lado direito,
A outra para o lado esquerdo fugia,
Nenhuma me tinha respeito,
Eu já não sabia o que fazia.

Aquilo parecia não ter fim,
Mas aos poucos lá se acalmaram...
Depois até me animaram,
Mas já tinham dado cabo de mim!

Se é verdade que me queixo,
Aquilo que vos deixo,
É que por mais que o presente seja duro,
Elas são o nosso futuro.

São a razão de sermos quem somos,
São aquilo que nós fomos,
São a nossa fantasia
E a nossa maior alegria!

José Mendes,
2011

Páscoa Feliz 2011


A Páscoa está a chegar
E as galinhas ainda não apareceram...
Miúdos e graúdos desesperam,
Não há quem os faça calar.

O coelhinho malandreco
Ainda não apareceu
E eu sem saber o que aconteceu...
Estou farto de olhar para o boneco!

Se pensa que leva a melhor,
Pode ficar descansado!
Porque este ano não vai ser pior
Do que o ano passado!

Já sei como animar o pessoal!
Não há ovos de chocolate, mas há bolinho.
É tão fofinho...
Nunca comi outro igual!

Ninguém melhor do que a avó
Para receitar um pão de ló!
O segredo está na tradição
Que acompanha cada geração.

Vale a pena lutar por um sorriso,
Fazendo tudo o que for preciso.
Não importa a dificuldade,
Acreditem que é verdade.

José Mendes,
2011

Mulher Moderna


A sua voz faz-se sentir
Pelos quatro cantos do mundo.
Ninguém a consegue impedir,
Seja em cima ou no fundo.

Mais do que a sua voz,
O que ficará entre nós
É a atitude eterna
De uma mulher moderna.

A sua vida prima pela liberdade,
Fruto da forte personalidade
De quem quer vencer,
De quem acredita e gosta de viver.

Mulher exemplo de imagem,
Permite que todas à sua volta
Se encham de coragem,
Criando uma autêntica revolta.

Apelando à igualdade,
Tudo o que quer é felicidade,
Sem esquecer o que há de bom,
Mas não alterando o tom.

Quem é quem?
Pode ser uma filha, uma mãe,
Até mesmo uma avó...
É alguém que não está só.

Só com a ajuda de todos
É possível limpar lodos,
Para que não falte a coragem
Que impeça a viagem.


José Mendes,
2011

Vota!


O teu voto depende de ti e de mais ninguém!  
Não importa em quem, 
Mas o teu país só irá ganhar
Se tu fores votar!

José Mendes,
2009