Num belo dia de sol,
Em vez de ficar em casa
Deitadinho e mole,
Aproveitei para esticar a asa...
Bem dito, bem feito!
Convidei a criançada
Para irmos para a palhaçada,
Porque achava eu que tinha jeito.
Convidei a criançada
Para irmos para a palhaçada,
Porque achava eu que tinha jeito.
Depois da autorização dos pais,
Lá fui eu todo contente,
Passar um dia diferente,
A cantarolar como os pardais.
Lá fui eu todo contente,
Passar um dia diferente,
A cantarolar como os pardais.
No princípio ainda aguentei,
Mas depois não sei o que aconteceu,
Só sei que me descontrolei
E que eu já não era eu!
Mas depois não sei o que aconteceu,
Só sei que me descontrolei
E que eu já não era eu!
Vinha uma... Vinha outra!
Uma doida e uma louca!
Não sei se me meto noutra,
Tinha a voz tão rouca!
Uma doida e uma louca!
Não sei se me meto noutra,
Tinha a voz tão rouca!
Elas gritavam e corriam sem parar,
Só me apetecia chorar!
Só me apetecia chorar!
Bem as tentava acalmar,
Mas aquelas crianças eram demais.
Mas aquelas crianças eram demais.
Quem me mandou mim substituir os pais?
Queria eu ir passear!
Queria eu ir passear!
Uma corria para o lado direito,
A outra para o lado esquerdo fugia,
Nenhuma me tinha respeito,
Eu já não sabia o que fazia.
A outra para o lado esquerdo fugia,
Nenhuma me tinha respeito,
Eu já não sabia o que fazia.
Aquilo parecia não ter fim,
Mas aos poucos lá se acalmaram...
Depois até me animaram,
Mas já tinham dado cabo de mim!
Mas aos poucos lá se acalmaram...
Depois até me animaram,
Mas já tinham dado cabo de mim!
Se é verdade que me queixo,
Aquilo que vos deixo,
É que por mais que o presente seja duro,
Elas são o nosso futuro.
Aquilo que vos deixo,
É que por mais que o presente seja duro,
Elas são o nosso futuro.
São a razão de sermos quem somos,
São aquilo que nós fomos,
São a nossa fantasia
E a nossa maior alegria!
São aquilo que nós fomos,
São a nossa fantasia
E a nossa maior alegria!
José Mendes,
2011
2011