Noite de Natal


A noite está fria,
Mas não arrefece a alegria,
De quem tem a missão
De aquecer um coração.

«Truz, truz»
Quem vem lá?
Olhá, xou eu, o Zezinho.
Olha um menino tão franzinho!
Entra, entra! O que te traz cá?

Xenhores, Xenhores num faxam barulho...
Apenas quero deixar um embrulho.
Chiu, num acordem o menino,
Coitadinho, é tão pequinino...

Como ele xe portou bem
Vou-lhe deixar um prezente.
Xaibam que ninguém o tem,
É especial, é diferente.

Num importa o que é,
Vão ver que vai gostar.
É uma coiza para o bebé,
É um boneco para ele brincar.

Que gesto tão nobre
De quem é pobre...
Vá lá, é xó uma prenda,
Apenas quero que ele aprenda.

Acreditem e tenham esperança!
Num fiquem axim...
Cuidem e animem a criança,

Xó dei um pouco de mim.

Antes de eu ir,
Desejo-vos um Feliz Natal a rir.
Num apaguem exes sorrizos,
Quero ver os voxos rizos!


José Mendes,
2010

Dedicatória a Casal Real


Em agradecimento à lembrança,
Decidi pôr a imaginação a funcionar,
Para vos poder brindar
Um verso de esperança.

A Diana quando nascer
Não vai chorar, vai rir!
Vai gritar, mas de tanto ver
A querida mãe a sorrir!

Não tenho dúvidas que vai ser
O melhor dia da vida dos pais!
Até acredito que vão querer
Ter outros dias iguais!

Ao Rei Ricardo a minha homenagem
Pela escolha da Rainha Lénia!
Deixo-vos aqui fica uma vénia
Pelo cuidado com a imagem.
 

Lénia lamento que estejas doente...
Aproveita para descansar
Para que possas recuperar
O mais rapidamente!

Felicidade, alegria e muito amor,
É o que vos desejo!
Porque a vida é um cortejo,
E o vosso elo, uma flor.


José Mendes,
2010

História de Amor


Nos nossos dias
Tudo é instável,
Acabaram-se as magias,
Deixou-se o imaginável.

A Fabiana provou
Que há sempre uma excepção.
Por isso se sacrificou
Para estar com o seu coração.

Um sacrifício é algo forte,
Neste caso é uma prova de amor.
Bem dito dia de sorte
Em que o Carlos encontrou a sua flor.

Quem nunca sonhou assim?
A todos deram uma lição;
De que vale ter um jasmim
Se não lhe dermos atenção?

Fabiana é com muita tristeza
Que te vemos partir,
A tua ausência já se faz sentir
E todos temos uma certeza:

Vamos ter muitas saudades
Da tua companhia e do teu sorriso...
Contem connosco para o que for preciso,
Desejamos-vos muitas felicidades!

José Mendes,
2010

Queria Nadar Contigo


Queria nadar contigo por rios e mares, 
Oceanos e baías, 
Todas as noites e dias 
E só parar para te sentir, 
Te abraçar e te ver sorrir...

José Mendes,
2009

Páscoa Feliz 2010


Viram o coelhinho?
Ele fugiu com as galinhas!
Levou o meu chocolatinho
E todas as prendinhas!

Malvado do bicho!
Onde estará agora?
Fez tanto lixo
Antes de se ir embora...

Ai se o apanho
Corto-lhe o pompom!
Estou cheio de ranho,
Mas quero o meu bombom!

Queria falar com o galo,
Mas ele não sabe o que aconteceu...
Ainda levo um estalo,
Pensando que fui eu!

Sem nenhum docinho
Ganham os teus dentes,
Que ficam bem diferentes
Sem qualquer buraquinho!


Desejo-vos uma Páscoa Feliz
E deixo um conselho...
Sigam o exemplo do coelho,
Fazendo como ele diz! 

José Mendes,
2010

Feliz Natal e um Bom Ano de 2010!


Se ouvires algum barulho,
Sou eu a descer a chaminé,
Para te deixar um embrulho,
Mas se não cheirares a chulé!

Com o Pai Natal doente
Decidi combinar com as renas,
Que podíamos ir em frente
E distribuir todas as prendas!

Sem barba nem bigode,
Mas com esperança e vontade,
De quem acredita que se pode
Dar felicidade sem vaidade.

Quem luta pelo que acredita,
É um vencedor por natureza,
Com espírito de equipa,
Irá ganhar de certeza!

Desejo-te um Feliz Natal
E um Bom Ano Novo de 2010!
Se confiares no teu potencial,
Terás o mundo a teus pés!

José Mendes,
2009

Gritos de Revolta


Dor, tristeza e desilusão!
São gritos de revolta
Do fundo do coração,
E do tempo que não volta.

É triste viver num mundo
Onde só há lugar à miséria.
Onde a desgraça não é séria,
Seja em cima ou no fundo.

Dói muito ver e ouvir
Famílias inteiras a pedir!
Sei bem o que digo,
Porque eu já fui mendigo.

Custa tanto nada ter,
Mais ainda não comer
Uma simples refeição,
Composta por água e pão.

Como é possível ser indiferente?
Ignorando tanta gente,
Vivendo à grande e à francesa
À boa maneira portuguesa.

Vergonha é o que eu sinto...
Quando uns apertam o cinto,
Outros vivem em hotéis
Como uns autênticos réis!

Não sei quem é culpado,
Se a chuva, se o trigo,
Eu apenas consigo
Dizer que algo está errado.

Não acredito em ilusões.
Prefiro as certezas
Para não ter desilusões
E não aumentar as tristezas.

Todos nós erramos
E às vezes não nos lembramos,
Que o erro e o azar
Nunca se irão divorciar.

Apelo a todos vós
Que unamos as nossas mãos,
E numa só voz
Gritemos... "União!".


José Mendes,
2010

Não Tenho Vergonha

Se não tenho vergonha de rir, 
Também não tenho vergonha de chorar. 
Umas lágrimas irão partir, 
Outras irão chegar.

José Mendes,
2010

Fogo Malvado

É tão triste ligar a televisão
E ver o país arder.
Ver o povo a sofrer,
A lutar até à exaustão.

Fogo malvado que arruínas gentes.
Que destróis matas e florestas
Não deixando que haja festas,
Devastando terras e sementes.

Porque causas tanta tristeza
Usando essa força destruidora?
Jamais ela será vencedora,
Podes ter a certeza!

Malditos de quem te cria,
Criminosos ou dementes,
Desleixados ou incompetentes,
Seja de noite ou de dia.

Deixo aqui a minha homenagem
A todos os que perderam algo ou alguém.
Acreditem e tenham muita coragem
Que é possível ir mais além!

Por cada casa destruída,
Outra será erguida!
Por cada árvore queimada,
Outra será plantada!

José Mendes,
2010

Não Me Custa Chorar

Não me custa chorar.
Custa é saber que a lágrima que criarei 
Vai ser levada pelo rio até ao mar 
E aí nunca mais a encontrarei.

José Mendes,
2010

A Tempestade

É noite, de repente
Começa uma tempestade.
Esta é diferente,
Mas é uma verdade.
 
Durante algum tempo troveja.
Eu não consigo dormir
E não há quem me proteja
Do que estou a sentir.
 
A chuva cai sem parar,
Sentindo-se e ouvindo-se trovoadas
Que mais parecem lambadas.
Eu não quero ali estar.
 
Aquele momento
Parece o fim.
Só penso em mim
E naquele sentimento.
 
Tudo me passa pela cabeça;
O passado, o presente e o futuro.
Não há nada que não me aconteça.
Porque é que tudo é tão duro?
 
A noite não pára e avança,
Começando a tempestade a diminuir.
Aos poucos começo a reagir,
Voltando a ter esperança.
 
O pior está a passar.
Depois de na janela reflectir,
Começo lentamente a recuperar
E a chuva a deixar de cair.
 
Pouco depois vou dormir.
Necessito recuperar,
Não vou fugir!
Apenas quero descansar...
 
Ao longo da vida
Haverão mais tempestades!
Compete a mim ter uma saída
Para todas as dificuldades.


José Mendes,
2010

O Mar

Ao olhar para ele
Entro num silêncio profundo,
Esqueço o meu mundo,
Apenas me concentro nele.

Adorava o conhecer!
Quem sabe um dia...
Possivelmente seria magia,
Mas eu quero-o viver!

Mergulharei nas profundezas,
Desvendarei segredos,
Vencerei mitos e medos
E derrubarei fortalezas.

Fazes parte da nossa história.
As tuas águas turvas
Vivem na nossa memória.
Deixa-me tocar nas tuas curvas.

Quero respirar o teu ar,
Molhar os meus pés,
Ver as tuas marés
E nas tuas águas navegar.

Explorando continentes,
Atravessando tempestades,
Conhecendo novas gentes,
Deixando saudades.

Leva-me contigo,
Mas eu quero voltar,
Tu serás um amigo
Com quem quero estar.

José Mendes,
2010

O Sonho e a Natureza‏

De repente... Acordei!
Tinha adormecido e sonhado
Com algo que nunca imaginei!
Como é bom viver encantado!

Escalei montes e serras,
Atravessei vales e campos,
Conheci gentes e terras.
Que maravilha de encantos!

Não queria acreditar
No que os meus olhos viam!
Estaria mesmo a sonhar?
Porque eles sentiam...

Que beleza tão natural,
A da Mãe Natureza!
Nunca vi nada igual
Com toda a certeza!

Descontraidamente sentei-me a observar.
Ali estava eu no alto do monte,
Admirando o extenso mar
Que se perdia no horizonte.

Estava quase petrificado.
Apenas desviava o olhar,
Com um ar meditado,
Observando as gaivotas a voar.

Não sabia que sonhava,
Só queria ali estar...
Apenas sorria e o tempo passava...
Era tão lindo ver o campo e o mar!

Ao fechar os olhos, despertei.
Sabia que o sonho tinha terminado,
Mas não fiquei nada chateado!
Para mim... Apenas viajei...


José Mendes,
2010