Zezinho, o Estilista


Ao contrário do ano passado,
O Zezinho este ano resolveu
Não ser bem comportado.
Não sei o que lhe deu.

Sei que ele é um garoto,

Mas também é muito maroto
Quando se apanha sozinho
Na casa do vizinho.

Agora pensa que é estilista,

Porque cada vez que apanha bonecas
Começa-lhes a vestir cuecas.
Vejam bem o artista!

Já lhe disse que se quiser um presente,

Tem que se portar de maneira diferente!
As coisas não podem ser assim,
Porque quando está com amigas, parece um festim.

Deve ser alguma moda,

Mas deixa-me a cabeça andar à roda
E isso não pode ser,
Tenho mesmo que o repreender.

Talvez eu até esteja a ser exigente,

Porque sei que ele é bom rapaz
E sei do que é capaz,
Por isso devo ser mais paciente.

Afinal de contas, até nem fez nenhum mal.

Assim, aproveitando o espírito do Natal,
Vou-lhe oferecer um computador
Para ele ficar mais conhecedor.

Por vezes nós adultos,

Não nos lembramos da imaginação que temos,
Que ela nos torna mais cultos
E que a ela tudo devemos.

José Mendes,

2011