As Crianças



Num belo dia de sol,
Em vez de ficar em casa
Deitadinho e mole,
Aproveitei para esticar a asa...

Bem dito, bem feito!
Convidei a criançada
Para irmos para a palhaçada,
Porque achava eu que tinha jeito.

Depois da autorização dos pais,
Lá fui eu todo contente,
Passar um dia diferente,
A cantarolar como os pardais.

No princípio ainda aguentei,
Mas depois não sei o que aconteceu,
Só sei que me descontrolei
E que eu já não era eu!

Vinha uma... Vinha outra!
Uma doida e uma louca!
Não sei se me meto noutra,
Tinha a voz tão rouca!

Elas gritavam e corriam sem parar,
Só me apetecia chorar!

Bem as tentava acalmar,
Mas aquelas crianças eram demais.
Quem me mandou mim substituir os pais?
Queria eu ir passear!

Uma corria para o lado direito,
A outra para o lado esquerdo fugia,
Nenhuma me tinha respeito,
Eu já não sabia o que fazia.

Aquilo parecia não ter fim,
Mas aos poucos lá se acalmaram...
Depois até me animaram,
Mas já tinham dado cabo de mim!

Se é verdade que me queixo,
Aquilo que vos deixo,
É que por mais que o presente seja duro,
Elas são o nosso futuro.

São a razão de sermos quem somos,
São aquilo que nós fomos,
São a nossa fantasia
E a nossa maior alegria!

José Mendes,
2011

3 comentários:

  1. nanda26.5.11

    Quem não gostou ou gosta de ser criança?
    lá que dão trabalho isso dão!
    mas são a melhor coisa do mundo e por vezes a nossa unica razão de viver...
    brigado tá lindo!

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  2. Anónimo27.5.11

    Muito lindo....
    Pura verdade ;)
    Iara Mansour
    Campo Grande/MS Brasil

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  3. Anónimo30.5.11

    Lindo! Como sempre, gosto de te ler!
    É o que me acontece, um adulto sem filhos aturar a criançada aos gritos e aos pulos! Quando estão calminha é a melhor coisa do mundo.
    Obrigada pela partilha. Beijos. Gusta

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